Antes de mais, agradecemos: um gigantesco obrigado a todos os envolvidos nas diferentes fases de criação do festival “Felizmente Há Lugar!”, que trabalharam lado-a-lado com o Sê Bairrista. Em apenas 5 meses, conseguimos reunir uma equipa com diferentes valências, para levar em frente esta ideia ambiciosa de se fazer um festival no Bairro dos Alfinetes, em Marvila.
Agora, a bonita história de um processo participativo que deu em festival:
A “ideia-mestra” de aproveitar os terrenos baldios desta zona, transformando-os em espaços públicos a serem utilizados por quem aqui vive ou trabalha, não é nova. Há muitos anos que é reivindicada uma qualificação destes espaços, através da criação de um Parque Urbano nestes terrenos, que, entretanto, foi mesmo anunciado pela Câmara Municipal de Lisboa – vai começar a ser construído em 2022.
Fazer um festival cá no bairro tinha, agora, um forte propósito: celebrar esta maravilhosa notícia. A equipa Sê Bairrista uniu forças para tratar das diferentes fases deste projeto.
Em Abril, a associação Rés do Chão, a Gebalis, Biblioteca de Marvila, e a Santa Casa Misericórdia de Lisboa – PRODAC, grupo motor do Sê Bairrista, conversaram sobre o assunto. Depois, reviram-se as conclusões dessas primeiras conversas, que se basearam em resultados de inquéritos que já tinham sido feitos à população local no decorrer do projeto, sobre o que as pessoas desejavam que acontecesse nas ruas e nos espaços comuns deste bairro.
E partindo daí, falou-se, ao longo de várias sessões de desenho coletivo, com a população, que aderiu, avaliando positivamente a iniciativa e comprometendo-se a colaborar no que fosse preciso.
Chegou, então, a hora de arregaçar as mangas.
A Rés do Chão, um atelier focado na regeneração urbana com impacto social, assumiu o desenho técnico e construção do palco. Foram criadas algumas propostas de desenho e maquetes, que se debateram em sessões de trabalho com moradores, até se ter alcançado um consenso sobre como deveria ser feito, e onde deveria ser colocado este equipamento cultural.
A Biblioteca, entidade com grande experiência no setor cultural, tratou da programação. Em sessões de desenho reservadas para o efeito, os moradores contribuíram com sugestões de artistas e de tipos de espetáculos aos quais gostariam de assistir, e escolheram, de entre várias propostas artísticas, aquelas que finalmente fariam parte do festival. Para não deixar de parte os desejos de todos, decidiu-se fazer um festival que misturasse as mais variadas artes performativas – concertos, teatro, circo – e oficinas.
Puff: assim se passaram 3 meses.
Mas, depois de tudo estar debatido e decidido com as pessoas do bairro, a estrutura e os próprios espetáculos começaram a ser preparados. A Rés do Chão tratou da contratação de serviços, orçamentação e implementação de um plano de construção, somando muitas horas no terreno. Para além disso, o atelier tratou ainda de criar um plano de comunicação global do projeto, e em específico, da promoção do festival. A Biblioteca de Marvila, por sua vez, iniciou o contacto com artistas, a contratação de luz, som e toda a produção dos eventos que foram programados.
A Gebalis, para além de ter apoiado todo o trabalho desenvolvido nos meses anteriores, deu também um forte contributo para a divulgação do festival, coordenando ações de distribuição de flyers e cartazes com os moradores, no Bairro dos Alfinetes e áreas circundantes.
A Santa Casa de Misericórdia de Lisboa – PRODAC ajudou na dinamização das várias sessões de trabalho com os moradores e deu uma ajuda essencial no terreno, nos dias destinados à construção do palco.
Assim se passou mais 1 mês de muito trabalho, espírito de entreajuda e capacidade para ultrapassar as pequenas adversidades que fintam, sempre, até os mais precavidos.
E eis que chegou Setembro. Numa Sexta-feira quente, inaugurava-se o palco do Bairro dos Alfinetes no “Felizmente Há Lugar!” – o festival de artes de Marvila, que encheu de orgulho todos os que dele fizeram parte, por terem sido incluídos em todo o processo – da ideia inicial ao espetáculo final.
Para além do obrigado especial a todos os que contribuíram no terreno, deixamos também uma palavra de agradecimento a todas entidades financiadoras que viabilizaram este projeto e que tornaram possível a realização deste sonho: Câmara Municipal de Lisboa, Junta de Freguesia de Marvila, Banco Montepio, Portugal Inovação Social, Portugal2020, Lisboa2020 e União Europeia – Fundo Social Europeu.
O Sê Bairrita continuará a desenvolver trabalhos em Marvila, até ao final de 2022. Convidamos todos os que ainda não o fizeram a juntarem-se a nós e a continuarem a dar vida às ruas destes bairros: https://sebairrista.pt/participar/
















